sábado, 10 de outubro de 2009

Prêmio ao Cinema Brasileiro

Quarta-feira, 07 de outubro de 2009.

Há alguns dias aconteceu mais uma cerimônia de entrega de prêmios para o Cinema Brasileiro. A Contigo contribuiu para uma parte dos filmes lançados no último ano. Bela atitude, nossa arte agradece, e muito! Dentre os premiados, muitos queridos.
Mas, me emociona, e muito, lembrar da atuação premiada da noite: nosso querido Daniel Oliveira em “A Festa da Menina Morta” (exuberante direção de Matheus Nachtergaele). Ao ver o filme, minha comoção e envolvimento com aquele personagem tão íntimo e tão distante de mim, em constante desconstrução e reconstrução, uma... embalada atuação.

Depois, soube que o Butoh fez parte da preparação e da rotina do tempo vivido no vilarejo em que se passa o filme. Meu interesse e admiração aumentaram e cresceram ao ouvir de algumas das apresentações de Daniel. Apresentações de Butoh. Diárias. A dança da vida e da morte, do fim e do começo, o invisível que embala e conduz o visível, a dança das mãos que voam (como as de Daniel em cena).

A dança Butoh: nascida como uma resposta artística a destruição causada pela bomba atômica em Hiroshima, procura dançar o invisível, tocando o local das almas. O eterno renascimento expresso nas formas deformadas dos movimentos, que buscam a beleza no feio, na destruição. A busca da ancestralidade, o dançar a vida e a morte no mesmo instante.

Presenças na atuação desse grande ator. Quanta atraente repulsa nos causa por vezes sua santinha, quanta dubiedade, quantas contrariedades, quanta dança da vida e da morte circula pelo corpo e movimento de tão, tão... de tal criatura. Quanto invisível carrega o visível e nos envolve e revolve, revolta e cativa. Que prazer vê-lo receber o reconhecimento de sua entrega, de seu trabalho, tão intenso e vivo. Um grito de arte! Mais um de tantos que sabemos virão para reconhecer mais de sua obra. Afinal, se essa qualidade ele tem hoje, jovem, e continua mostrando que está em transformação constante, em crescimento visível, prever que a maturidade dos anos e da vida transcorrida elevarão ainda mais sua qualidade de atuação não parece um engano. Sim, muitos virão, como muitos personagens e obras. E a sorte é nossa, de podermos presenciar tudo na telona no escurinho do cinema.

Parabéns, amigo.

Boa sorte, irmão.

Good night, my Angel.

Beijos,
Felipe

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