domingo, 24 de outubro de 2010

Rápida, de passagem, ensaiando a volta...

A gente ama
não é a pessoa que fala bonito.
É a pessoa que escuta bonito.
A fala só é bonita quando nasce de uma longa e silenciosa escuta.
É na escuta que o amor começa.
......E é na não escuta que ele termina.
...Faço para ouvir você, o mesmo silêncio que eu faço para ouvir música.

Rubem Alves

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Labutas, deliciosas labutas

08 de junho de 2010.

A vida toma muitos rumos distintos dos que imaginamos e sonhamos. Por vezes, nos engole e toma as atenções. Mas, sempre, tudo, é uma oportunidade de crescimento e aprendizado.

Dentre as deliciosas oportunidades que tive nesses meses, estão trabalhos deliciosos.

Ainda em novembro de 2009, começaram as filmagens de “Amores Imperfeitos” de Márcio de Lemos: a história de amor de um casal que se reencontra depois de 10 anos sem se verem, um dia antes da partida dele para morar na Noruega. Resolvem passar a tarde e a noite juntos, e trazem à tona o sentimento. Uma gostosa experiência como protagonista e falando de amor, o bem maior, que acredito estar em falta em nossos dias e mais ainda, em nosso cinema nacional. Um prazer dividir a cena com atriz tão completa quanto Patrícia Pichamone. Obrigado, querida, você arrasou! Todo empenho com certeza nos trará retorno tão amoroso quanto o próprio filme que fizemos. Em montagem, esperamos em breve estar nos cinemas, quiçá ainda este ano.

Depois, veio o seriado “Bipolar” de grande cineasta Edu Felistoque. Acompanha a vida de alguns agentes da polícia e suas bipolaridades diárias. Aliás, de cada um dos personagens que se mostram nesse seriado. Faço Gustavo, amigo do passado de Carlão (Rodrigo Brassoloto) que retorna com sede de vingança. Queridos Rodrigo, Serginho e Silvinha, grandes atores, corações cheios de alma, dão o sangue por seus personagens e atuações. O presente de Edu rende muita alegria ainda em meu coração. E a promessa de muitos ‘bipolares’ pela frente. Edu tem uma delicadesa linda ao dirigir e conduzir seu set, comparável com a eficiência própria de artista em constante transformação. No Canal Brasil em setembro, e, depois, Globosat HD.

Outro seriado, no sul do país, “Mulher de Fases”, primeira comédia para HBO assinada pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Mulher recentemente separada busca, de forma um tanto desesperada, voltar a se relacionar. A cada episódio ela se envolve com dois possíveis pretendentes, assimilando as características de cada um, normalmente opostas, levando a situações e resoluções de arrancar risadas. Marca da Casa, muito bem dirigido por Ana Luiza Azevedo e Márcio Schoenardie. Meu episódio: “Um Açogueiro e um Religioso”. O religioso, eu mesmo. Engraçado como até nossa história profissional, mesmo quando não de tanta possibilidade de escolha, nos traz e alinha as questões pessoais. No meu caso, a espiritualidade, presente em muitos dos filmes e até mesmo no teatro, em especial minha pesquisa de Butoh.

“9 Crônicas para um Coração aos Berros”, de Gustavo Galvão me trouxe a possibilidade de uma obra mais intimista, com forte inspiração, principalmente no que se refere a meu personagem (Phillip), na arte de Wim Wenders. São, como diz o nome, uma colcha de histórias que se cruzam e encontram e reencontram. Phillip é um engenheiro alemão (‘muito estrangeiro demais para ser alemão, e muito alemão demais para se encaixar em qualquer lugar’) que vai para essa cidade fictícia em ruínas com o objetivo de reconstruí-la, em um negócio milionário para sua empresa.
Ao ver o local, sua identificação com a destruição o impele a tomar atitudes até então improváveis para esse homem: ele abandona a empresa, sua mulher e filhos, sua amante e colega de trabalho (Rejane Zilles, responsável por minha participação na obra – obrigado!), e decide ficar na cidade e buscar seu caminho. Ainda com Simone Spoladore, Denise Weinberg, Julio Andrade, Mário Bortolotto, Charlie Brown, Leonardo Medeiros, dentre outros. Gus, Cris, obrigado por partilharem essa obra, por possibilitarem o embate com muitas questões levantadas pelo processo. Espero em breve estarmos nos cinemas.

A RBSTV (filiada da Globo no Rio Grande do Sul) tem uma produção própria de dramaturgia muito interessante, com profissionais mostrando sua qualidade nessa oportunidade de prática do audiovisual. E fizeram “Guerra e Paz”, seriado de cinco episódios. E participei do chamado “Prisioneiros” dirigido por Cláudia Dreyer. E tive a boa sorte de atuar o personagem de meu próprio avô, e ao lado de querido amigo e alma onde domina o artista, o ator Marcos Verza. Uma delícia, um momento único de oportunidade de lidar com a ancestralidade e entender e saber e sentir como foi, como é. Crescimento inevitável.

Obrigado pelo presente, pela oportunidade.

Aquele beijo e aquele abraço,

Felipe
Saudades de você, delícia, no dia-a-dia. Beijos.

NAM MYO HORENGUE KYO

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia especial, de comemorar as belezas da natureza humana!

Segunda-feira, 08 de março de 2010.


Mulheres, meninas, almas femininas e afins: FELIZ DIA DA MULHER!!!! Que possa ser de alegria e exaltação de suas qualidades. E obrigado por tornarem a existência aqui mais agradável com suas belas e adoráveis presenças. Beijocas extraordinariamente grandes!


E, pra complementar o desejo de alegrias, palavras sábias:
“Em 1973, apenas alguns dias antes da Guerra do Yom Kipur, a inteligência israelense recebeu vários comunicados de que as forças sírias e iraquianas estavam se mobilizando. Mesmo assim, o chefe da inteligência na época, Eliahu Zaira, disse que nada ia acontecer. Ele e a equipe dele acreditavam, com certeza absoluta, que as ameaças não eram verdadeiras, que não havia razão para temer, que simplesmente não ia haver uma guerra. Eles alegaram que haviam recebido informações que pareciam ser contrárias ao resto dos comunicados.
Este incidente é chamado de “A Concepção” e foi bastante investigado na época.

Literalmente, na véspera do Yom Kipur, o dia mais sagrado em Israel, em que o trânsito literalmente para e o silêncio e a serenidade permeiam as ruas de todo o país, telegramas do Cairo e de Damasco foram enviados a Israel, dizendo que eles iam atacar no dia seguinte. Depois da perda de centenas de milhares de vidas, ficou óbvio que as ameaças eram verdadeiras.

Milhares de mortos, dezenas de milhares de feridos, e tudo porque alguém, em algum lugar, tinha certeza absoluta de alguma coisa falsa.

Esta é uma ilustração dramática de uma questão simples. Muitas vezes, ficamos presos a sistemas de crenças e ficamos cegos por causa delas. Um exemplo: digamos que seja dia 8 de março e um amigo seu insista que é 4 de julho – mesmo que todos os calendários, relógios e computadores digam o contrário.

Precisamos saber que às vezes estamos errados. Devemos ter certeza absoluta do caminho em que estamos, no modo que vivemos a nossa vida, mas não de outras coisas.

Você já se viu no meio de uma discussão em que não consegue mais ouvir a outra pessoa? Como se seus ouvidos tivessem sido desligados? Nessas horas, fica óbvio como bloqueamos tudo que ouvimos por estarmos totalmente voltados para dentro.

Mas também temos que ficar de olho no bloqueio mais sutil das válvulas interiores.

Alguma coisa nos impede de arredar o pé, e como meu pai e professor sempre diz: “por todas as razões certas”, nós magoamos, culpamos e muitas vezes prejudicamos a nós mesmos e aos outros. Não há dúvidas de que Zaira achou que estava fazendo a coisa certa e que acreditava que sua decisão não prejudicaria ninguém – muito pelo contrário. Mas, repetindo, temos que aceitar o fato de que às vezes, mesmo com a melhor das intenções, estamos errados.

A pessoa que somos hoje, tanto com nossa Luz e nossas limitações, existe porque estamos presos a certas coisas. Quando nos abrimos para outras coisas, pessoas, opiniões, histórias, fatos e detalhes, aí sim, podemos realmente deixar a Luz entrar.
Tudo de bom,
Yehuda


Transcendo meus próprios limites para poder me unir à Árvore da Vida. A felicidade vem ao meu encontro, agora que meu ego saiu da berlinda. Domino a arte de sair da frente do meu próprio caminho, abandonando toda teimosia.”

Beijos e muita Boa Sorte.

Felipe

NAM MYO HORENGUE KYO

"Here comes the rain again / Falling on my head like a memory / Falling on my head like a new emotion..."

Segunda-feira, 08 de março de 2010.

A vida, cada dia uma oportunidade de mudança e crescimento.

Sim, por vezes o arrependimento vem, e com ele, a força da culpa.

Mas, de que serve a culpa? Ela apenas nos machuca e enfraquece.
Nosso pior inimigo? Nós mesmos, o nosso ego, que teima em trazer dores por momentos vividos que não voltam mais. Lembranças, boas ou ruins, não precisam trazer a dor. E nem que façamos de conta de que não existiram. Ao contrário, nos servem para nortear as decisões do presente. A 'carga' do que vivemos nos fazem no presente. E é aqui e agora que conta. Aqui e agora se dá a decisão do futuro. Aqui e agora está a oportunidade de transformação, de superação. Se plantamos mal no passado, que sirva-nos de aprendizado para melhor plantar hoje e criar o futuro de felicidade verdadeira que tanto almejamos. Aqui e agora é a oportunidade de crescer rumo aos sonhos.
E partilhar, creia-me, nos leva mais PERTO DOS SONHOS REALIZADOS. Partilhar o aprendizado, o pensamento, o desejo de vida melhor, partilhar, sinônimo de amor.
O passado não volta, mas, nos traz conhecimento para hoje decidir o futuro.
E ser feliz é tudo que se quer.
Sejamos, pois, plantando bem.
E o bem maior? O AMOR. Plante com amor. Por amor se comete atrocidades. Com amor o bem vem e maravilhas brotam.

Que seu dia seja de amor a plantar, de maravilhas a brotar e alegrias a colher.

Boa sorte, hoje e sempre.

Beijos,
Felipe

NAM MYO HORENGUE KYO

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Raízes

Depois de muitos dias, realizações, mudanças, finalizações, começos e recomeços, continuidades e novidades, de volta a escrita.

E, para retomar, mais das palavras da Kabbalah a expressar as indicações de caminhos da alma:

“Quando nos deparamos com um problema, em vez de investir tempo e energia para resolvê-lo, nós geralmente tentamos mudá-lo de lugar – ou para a mesa de outra pessoa, ou para o departamento, ou até mesmo para a cidade de outra pessoa.

Eu vi isso pessoalmente quando visitei as Filipinas no mês passado. O governo de lá quer transferir muitos dos sem-teto de Manila para outra cidade. Contudo, eles estão sendo mudados de lugar e não sendo capacitados, educados, instruídos nem encorajados. É uma transferência. Não uma solução. O problema ainda existe. Apenas não mais nas ruas de Manila.

Não basta transferir um empregado difícil para outra filial. Eu soube que a nova ‘solução’ para o lixo nuclear é colocá-lo à deriva em uma barca. Pelo menos assim, a energia nuclear não vai ficar em um só lugar. Não, assim ela vai alcançar vários lugares diferentes. Que boa jogada.

Mudar os problemas de lugar não resolve a questão. O problema continua existindo, mesmo se você não precisar vê-lo nem sentir seu cheiro.

Na nossa própria vida, nós geralmente tentamos mudar nossos problemas de lugar, sem tentar resolvê-los realmente. Nós às vezes abandonamos um vício simplesmente para desenvolver outro; porque transferimos a necessidade, em vez de chegar à sua raiz e removê-la. Pode ser que consigamos preencher uma sensação de vazio, mas se houver problemas de inadequação ou insegurança, e eles não forem tratados no nível da causa, eles aparecerão em outras áreas da nossa vida.
Quando as coisas parecem bem, isto não quer dizer que estejam bem. Mesmo quando o caminhão do lixo vai embora do nosso bairro, lembre-se, o refugo vai para outro lugar.

Conheço muitas pessoas que mudaram de emprego ou casa à procura de alguma coisa melhor. Mas porque elas tentam mudar de ambiente, sem assumir responsabilidade de mudarem a si mesmas, a única coisa que muda é o cenário. Os problemas continuam os mesmos. Você não pode largar um emprego por causa de um chefe tirânico. Esse chefe vai aparecer com uma roupa diferente em um cenário diferente no seu próximo emprego. Isso não é uma previsão minha. É uma verdade espiritual.

O que os olhos não vêem o coração não sente não funciona – nem espiritual, nem fisicamente.

Esta semana, vamos examinar com sinceridade os nossos problemas, inclusive aqueles que achamos que já superamos. Será que realmente resolvemos as questões ou simplesmente as mudamos de lugar? Será que procuramos soluções no exterior, quando a verdadeira solução está no interior?

A boa notícia é que quando removemos o problema pela raiz, simultaneamente criamos mais espaço dentro de nós para realização genuína e não um mero alívio.

Tudo de bom,

Yehuda “

Bom dia! Boa sorte!

Que a distancia possa reunir o amor, delícia.

Beijos,
Felipe

NAM MYO HORENGUE KYO