quarta-feira, 9 de junho de 2010

Labutas, deliciosas labutas

08 de junho de 2010.

A vida toma muitos rumos distintos dos que imaginamos e sonhamos. Por vezes, nos engole e toma as atenções. Mas, sempre, tudo, é uma oportunidade de crescimento e aprendizado.

Dentre as deliciosas oportunidades que tive nesses meses, estão trabalhos deliciosos.

Ainda em novembro de 2009, começaram as filmagens de “Amores Imperfeitos” de Márcio de Lemos: a história de amor de um casal que se reencontra depois de 10 anos sem se verem, um dia antes da partida dele para morar na Noruega. Resolvem passar a tarde e a noite juntos, e trazem à tona o sentimento. Uma gostosa experiência como protagonista e falando de amor, o bem maior, que acredito estar em falta em nossos dias e mais ainda, em nosso cinema nacional. Um prazer dividir a cena com atriz tão completa quanto Patrícia Pichamone. Obrigado, querida, você arrasou! Todo empenho com certeza nos trará retorno tão amoroso quanto o próprio filme que fizemos. Em montagem, esperamos em breve estar nos cinemas, quiçá ainda este ano.

Depois, veio o seriado “Bipolar” de grande cineasta Edu Felistoque. Acompanha a vida de alguns agentes da polícia e suas bipolaridades diárias. Aliás, de cada um dos personagens que se mostram nesse seriado. Faço Gustavo, amigo do passado de Carlão (Rodrigo Brassoloto) que retorna com sede de vingança. Queridos Rodrigo, Serginho e Silvinha, grandes atores, corações cheios de alma, dão o sangue por seus personagens e atuações. O presente de Edu rende muita alegria ainda em meu coração. E a promessa de muitos ‘bipolares’ pela frente. Edu tem uma delicadesa linda ao dirigir e conduzir seu set, comparável com a eficiência própria de artista em constante transformação. No Canal Brasil em setembro, e, depois, Globosat HD.

Outro seriado, no sul do país, “Mulher de Fases”, primeira comédia para HBO assinada pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Mulher recentemente separada busca, de forma um tanto desesperada, voltar a se relacionar. A cada episódio ela se envolve com dois possíveis pretendentes, assimilando as características de cada um, normalmente opostas, levando a situações e resoluções de arrancar risadas. Marca da Casa, muito bem dirigido por Ana Luiza Azevedo e Márcio Schoenardie. Meu episódio: “Um Açogueiro e um Religioso”. O religioso, eu mesmo. Engraçado como até nossa história profissional, mesmo quando não de tanta possibilidade de escolha, nos traz e alinha as questões pessoais. No meu caso, a espiritualidade, presente em muitos dos filmes e até mesmo no teatro, em especial minha pesquisa de Butoh.

“9 Crônicas para um Coração aos Berros”, de Gustavo Galvão me trouxe a possibilidade de uma obra mais intimista, com forte inspiração, principalmente no que se refere a meu personagem (Phillip), na arte de Wim Wenders. São, como diz o nome, uma colcha de histórias que se cruzam e encontram e reencontram. Phillip é um engenheiro alemão (‘muito estrangeiro demais para ser alemão, e muito alemão demais para se encaixar em qualquer lugar’) que vai para essa cidade fictícia em ruínas com o objetivo de reconstruí-la, em um negócio milionário para sua empresa.
Ao ver o local, sua identificação com a destruição o impele a tomar atitudes até então improváveis para esse homem: ele abandona a empresa, sua mulher e filhos, sua amante e colega de trabalho (Rejane Zilles, responsável por minha participação na obra – obrigado!), e decide ficar na cidade e buscar seu caminho. Ainda com Simone Spoladore, Denise Weinberg, Julio Andrade, Mário Bortolotto, Charlie Brown, Leonardo Medeiros, dentre outros. Gus, Cris, obrigado por partilharem essa obra, por possibilitarem o embate com muitas questões levantadas pelo processo. Espero em breve estarmos nos cinemas.

A RBSTV (filiada da Globo no Rio Grande do Sul) tem uma produção própria de dramaturgia muito interessante, com profissionais mostrando sua qualidade nessa oportunidade de prática do audiovisual. E fizeram “Guerra e Paz”, seriado de cinco episódios. E participei do chamado “Prisioneiros” dirigido por Cláudia Dreyer. E tive a boa sorte de atuar o personagem de meu próprio avô, e ao lado de querido amigo e alma onde domina o artista, o ator Marcos Verza. Uma delícia, um momento único de oportunidade de lidar com a ancestralidade e entender e saber e sentir como foi, como é. Crescimento inevitável.

Obrigado pelo presente, pela oportunidade.

Aquele beijo e aquele abraço,

Felipe
Saudades de você, delícia, no dia-a-dia. Beijos.

NAM MYO HORENGUE KYO

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