segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Amores feitos

Segunda, 07 de dezembro de 2009.

Depois que eu larguei a universidade eu fiquei perdida por uns dois
anos. Aí encontrei o meu ex e acabei
casando. Acho que foi uma fuga. Acho que
eu usei o casamento para me esconder da
vida.

E você nunca retomou o curso.

Não...

Você foi a minha caloura preferida.

Eu sei.
Hoje eu vejo que me escondi por trás da
segurança do casamento e deixei a vida
passar.

Segurança efêmera...

Especialmente quando você descobre que
foi traída.

E eu usei o meu casamento pra mostrar pra
mim mesmo que eu era um cara normal.

Como assim.

Eu não devia estar falando disso com
você.

Por que?

Porque... Porque, a gente devia falar de
outras coisas mais interessantes. O que
passou, passou.

Eu falei de mim, agora você tem de falar
de você.

Ele hesita.


Meus amigos todos estavam se casando,
tendo filhos e eu preocupado com a minha
carreira, em viajar pelo mundo. Aí eu
começei a pensar que tinha alguma coisa
errada comigo.

Por que?

Sei lá. Acho que eu começei a pensar que
eu já estava ficando velho, que o momento
tinha chegado para casar e ter filhos.

Mas você não teve filhos, teve?

Não, ainda bem. Mas foi aí que eu
encontrei a ex e ela dizia que não
queria filhos. Que iria pra qualquer
lugar comigo e eu começei a achar que ela
realmente poderia ser a minha alma gêmea.

E ela te acompanhou nas suas viagens.

Acompanhou e foi maravilhoso no início.
Mas com o tempo eu começei a perceber que
ela não queria aquilo de viver pelo
mundo. Que no fundo era um sacrifício que
ela estava fazendo por mim. Que o que ela
queria mesmo era ter apenas casado, tido
filhos e seguido uma vidinha pacata de
dona de casa. Viajar pelo mundo, nem
pensar.

E eu não conseguia me ver naquela
situação.

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